Previsão Meteorológica para o aeroporto de Beirute (Líbano) OLBA
METAR
OLBA 250300Z 06004KT 030V090 5000 TSSHRA FEW020CB BKN026 10/06 Q1014 NOSIG
OLBA 250200Z 12006KT 8000 VCTS FEW020CB BKN026 11/06 Q1014 NOSIG
OLBA 250100Z VRB03KT 4000 SHRA FEW020CB BKN026 12/07 Q1014 NOSIG
OLBA 250000Z 31008KT 280V340 8000 VCTS FEW020CB SCT026 13/06 Q1014 NOSIG
OLBA 242300Z 32011KT 300V360 8000 FEW020CB SCT026 14/07 Q1014 NOSIG
OLBA 242200Z 32016KT 7000 FEW020CB SCT026 FEW070 14/07 Q1014 NOSIG
OLBA 242100Z 32013KT 5000 TSGR FEW020CB BKN026 13/08 Q1013 NOSIG
Observar a variação da tendência de mudança na DIREÇÃO DO VENTO é um dever dos pilotos.
Notar a PRESSÃO ATMOSFÉRICA no aeroporto, estável por várias horas 1014 hPa.
Pancadas de chuva e nuvens Cumulonimbus (CB) nas proximidades do aeroporto.
Quatro horas antes houve tempestade com GRANIZO (TSGR).
Pancadas de chuva e nuvens Cumulonimbus (CB) nas proximidades do aeroporto.
Quatro horas antes houve tempestade com GRANIZO (TSGR).
Os procedimentos de DECOLAGEM e SUBIDA das Pistas 16, 17 e 21 em Beirute oferecem ALTO RISCO se houver CONDIÇÕES METEOROLÓGICAS ADVERSAS no setor de decolagem, como realmente estavam, pois ao Norte e Nordeste havia TEMPESTADE COM TROVOADA. É OBRIGATÓRIO curvar à DIREITA para evitar a fronteira com ISRAEL. Não há escolha. É ÁREA PROIBIDA. E na área ao Sul existem montanhas a Oeste de Israel.
É um verdadeiro desafio voar na borda de área com RESTRIÇÕES POLÍTICAS.
Se houver invasão do espaço aéreo de Israel, as consequências podem ser desastrosas.
Veja as Cartas de Subida e Descida por Instrumentos no final deste Post.
Sobreposição de imagens com o Procedimento de Subida Por Instrumentos
O maior erro de pilotos, é avaliar visualmente a distância da área dos relâmpagos levando em consideração a velocidade da suas aeronaves. É um erro de ALTO RISCO, pois visualmente não há como calcular o diâmetro do círculo submetido à PRESSÃO ATMOSFÉRICA na área de trovoada. Os relâmpagos podem ser avistados distante 60 milhas náuticas, mas a área congestionada pode estar logo à frente do avião, onde poderá ocorrer raios Nuvem-Solo, os mais violentos.
Característica de uma tempestade
RELÂMPAGOS
Quando as partículas de gelo dentro de uma nuvem (chamada hidrometeoros) crescem e interagem, elas colidem, fraturam e quebram-se. É pensado que as partículas menores tendem a adquirir carga POSITIVA (+), enquanto as partículas maiores adquirem mais cargas NEGATIVAS (-). Estas partículas tendem a separar sob as influências de correntes ascendentes de ar e ação da gravidade até que a porção superior da nuvem adquira uma malha de carga POSITIVA (+) e a porção inferior da nuvem se torna carregada NEGATIVAMENTE (-).
Esta separação de carga produz enorme POTENCIAL ELÉTRICO ambos dentro da nuvem e entre a nuvem e o solo. Isto pode aumentar para milhões de VOLTS e eventualmente a RESISTÊNCIA ELÉTRICA no ar sucumbe [abre] e um relâmpago começa. Raios, em tal caso, é uma descarga elétrica entre regiões POSITIVAS (+) e NEGATIVAS (-) de uma trovoada.
Um lampejo de relâmpago é composto de uma série de faíscas com uma média de quatro. O tamanho e duração de cada faísca de relâmpago varia, mas tipicamente o tempo médio é de 30 microsegundos. (A força média do pico por faísca é cerca de 10^12 WATTS).
O som é gerado ao longo do tamanho do canal do raio quando a atmosfera é aquecida pela descarga elétrica na ordem de 20.000ºC [vinte mil graus Celsius] (3 vezes a temperatura da superfície do Sol). Isto comprime o ar limpo em volta, produzindo uma onda de choque, a qual então enfraquece para uma onda acústica quando ela se propaga para longe do canal do relâmpago.
Embora o lampejo e o trovão resultante ocorram essencialmente ao mesmo tempo, a LUZ viaja a aproximadamente 300.000 Km por segundo, quase um milhão de vezes a velocidade do SOM. O som viaja relativamente ao passo de lesma a 321 metros no mesmo tempo.
Assim o lampejo, se não obscurecido pelas nuvens, é visto ANTES do TROVÃO ser ouvido. Ao contar os SEGUNDOS entre o lampejo e o trovão e MULTIPLICADO por 321 metros, uma distância estimada do local atingido pelo raio [no solo ou outra nuvem] pode ser calculada.
Exemplo:
Você vê um relâmpago. Comece a contar os segundos até ouvir o trovão. Contou 14 segundos.
Basta multiplicar 14 por 321 = 4.494 metros ( o raio atingiu uma área distante aproximadamente 4,5 Km)
Exemplo:
Você vê um relâmpago. Comece a contar os segundos até ouvir o trovão. Contou 14 segundos.
Basta multiplicar 14 por 321 = 4.494 metros ( o raio atingiu uma área distante aproximadamente 4,5 Km)
GRANIZO
Correntes de ar dentro de nuvens Cumulonimbus - CB podem ser muito velozes. Mesmo quando relâmpago não é produzido, pelotas de gelo podem crescer pelo acúmulo de gotas (veja neste blog outro post mostrando como acontece). Quando as correntes ascendentes de ar são muito velozes, estas pelotas podem ficar suspensas por longo tempo, permitindo que essas pelotas de gelo cresçam. Eventualmente algumas pode tornar-se tão grande para uma dada corrente ascendente de ar e começa a cair como GRANIZO. Os diâmetros dessas 'pedras' de gelo são tipicamente de 5 a 10 milímetros, ambora uma pedra de granizo de 140 milímetros foi registrada ao atingir o solo.
Se a corrente ascendente de ar dentro da nuvem for muito veloz, 'pedras' de gelo podem ficar por alguns instantes suspensas no ar, devido a anulação da força da gravidade que está puxando-as para baixo, e isto se torna o maior problema para um motor à TURBINA numa aeronave, pois tais GRANIZOS em suspensão serão mais facil e imediatamente sugados pelos motores da aeronave podendo causar apagamento do motor com consequente perda de potência e sustentação do avião no ar.
Os Tipos Mais Comuns de Raios:
Raio da Nuvem para o Solo
É a forma mais danosa e perigosa de raio.
Mais comum sua ocorrência em meses do INVERNO.
Raio Dentro de Nuvem
Este é o tipo mais comum de descarga. Ocorre entre centros de cargas opostas dentro da mesma nuvem.
O índice de raios do tipo Nuvem-Solo e Intra-Nuvem pode variar significativamente de tempestade para tempestade.
Tempestades com o maior desenvolvimento vertical (Cumulonimbus - CB) produzem mais relâmpagos Intra-Nuvem.
Raio Entre Nuvens (veja na primeira imagem deste post os dois tipos)
Este tipo ocorre entre centros de cargas em duas nuvens diferentes com a descarga ligando uma fenda de ar limpo entre elas.
Pode um relâmpago atingir um avião?
Raios atingem aeronaves e quando eles atingem, pode danificar os equipamentos eletrônicos necessários para o voo do avião.
Pesquisas sobre raios feitas durante os anos 1980 pela NASA tiveram um avião jato F-106B voando para dentro de 1400 trovoadas e raios atingiram o avião 700 vezes. Os relâmpagos não danificaram o avião, mas os cientistas descobriram que o raio pode avariar os sistemas eletrônicos no avião.
O instrumento que eu mais uso para avaliar com maior precisão a ÁREA POTENCIAL de ocorrência de raios na Terminal do Rio de Janeiro (SBGL e SBRJ), Brasil é o StormScope.
STORMSCOPE
A única maneira de saber a distância da área de atividade de raios é medir a potência do sinal gerado pelo raio. Sinais mais fortes estão tipicamente mais perto e os sinais mais fracos estão mas adiante, mas nem sempre.
Observe nesta imagem abaixo que há uma 'janela' para a aeronave voar entre a célula 1 e a célula 2, mas o piloto ficará receioso em conduzir sua aeronave entre as duas nuvens, pois a possibilidade de ocorrência de relâmpagos do tipo Nuvem-Nuvem é razoavel entre as duas células.
A dúvida será eliminada com o uso do Stormscope que apresentará o potencial elétrico entre as células 1 e 2, mostrando que a célula 1 está neutra em relação a alta carga da célula 2.
Limpar a tela do Stormscope frequentemente é um dever.
Quanto mais rápido a tela retornar os sinais de carga elétrica, mais será indicação da intensidade maior da tempestade ou linha de tempestades.
Esteja seguro em dar a essas tempestades um amplo espaço para evitá-las. Desvio com bastante antecedência.
Limpando a tela do Stormscope em "ar claro" também removerá qualquer atividade falsa de raios apresentada, assim você pode focar em algumas células reais em desenvolvimento à distância.
A Idade dos Dados no Stormscope
No Stormscop GARMIN 430/450, um símbolo de relâmpago é apresentado para os raios mais recentes (nos primeiros 6 segundos o símbolo é reforçado em negrito). O símbolo muda para um grande sinal de mais (+) após 60 segundos, seguido por um pequeno sinal de mais (+) para raios que estão pelo menos 2(dois) minutos velhos.
Finalmente, o sinal é removido da tela após o raio estar 3(três) minutos velhos.
Células com porções de raios recentes frequentemente contêm as mais severas correntes ascendentes de ar dentro das nuvens, portanto maior probabilidade de haver GRANIZO suspenso.
Células com porções de raios mais velhos normalmente significam chuva estável atingindo a superfíce da Terra, que pode incluir significantes correntes descendentes de ar.
Use a parte superior do Garmin GPS duplo no modo STRIKE e a parte inferior no modo CELL.
O modo STRIKE é muito mais sensível e útil quando nuvens Cumulonimbus (CB) que estão iniciando seus desenvolvimentos.
Quando as células já estão maduras, o modo CELL fornece a melhor orientação para vetoração da rota a ser voada com desvios das células.
Uma maneira esperta de usar um Stormscope é avaliando a imagem no alcance de 200 NM (milhas Náuticas) enquanto a aeronave estiver ainda pousada e segura no solo.
Desliguando e religuando o Stormscope em poucos minutos fará você conseguir uma boa imagem do DESAFIO à frente. Se você estiver voando IFR (Instruments Flight Rules), você poderá negociar com o Controlador de Tráfego Aéreo os desvios necessários.
Eu já cancelei ou retardei decolagens do Aeroporto Santos Dumont no Rio de Janeiro(SBRJ), Brasil baseado estritamente nas imagens iniciais apresentadas no Stormscope, enquanto eu estava ainda na rampa. Muitas vezes outros pilotos pedem-me para ser o primeiro na fila de decolagem, mantendo o ponto de espera na cabeceira, devido seus aviões não terem Stormscope. Já mantive o ponto de espera por 35 minutos esperando melhores condições de decolagem do aeroporto Santos Dumont.
Usando o Stormscope TWX670 AVDYNE pode-se configurar o fornecimento de 'callouts" [alertas por voz] dos relâmpagos em distância menor que 5 NM.
Exemplo:
LIGHTNTING TWO O'CLOCK (raios na posição 2 horas) relativa ao mostrador do relógio.
Mais de um alerta no mesmo quadrante em menos de 1(um) minuto suprirá alertas para esse quadrante por 3(três) minutos e usará a frase:
FREQUENT LIGHTNING AHEAD
6(seis) ou mais alertas em mesnos que 2(dois) minutos ocultará alertas para todos quadrantes por 3(três) minutos e aparece surgirá o alerta de voz:
FREQUENT LIGHTNING ALL QUADRANTS
A variação de LATITUDE para mais altas LATITUDES influencia a ocorrência de raios Nuvem-Solo.
Neste mapa da NASA temos a amostra da incidência de raios nos meses de Dezembro, Janeiro e Fevereiro de dado ano.
FONTE: http://thunder.msfc.nasa.gov/primer/primer3.html